segunda-feira, 8 de abril de 2013

COM ASAS PARA VOAR!


Tenho voado muito, é verdade. 
No sentido literal, tenho voado muito mais do que gostaria, mas não estou reclamando.
Morando na Coréia do Sul, tendo um filho nos EUA e outro no Brasil, além de irmãs, mãe, sobrinho, amigos e meu meu trabalho, tenho voado muito tentando cobrir esses 3 pontos tão distantes entre si, mas tão juntinhos no meu coração. Tenho casa em vários lugares.

É bem verdade que tenho voado bastante a passeio. Tenho conhecido lugares na Ásia que jamais imaginara conhecer. Nunca sonhei conhecer Singapura, ou Hong Kong, ou mesmo a Indonésia, mas já conheci esses lugares, mesmo sem ter sonhado com isso. Nunca havia sonhado, não por que achasse impossível, pra ser mais sincera, achava improvável.  Já fui 3 vezes a Índia e ao Nepal, mas essas viagens foram sonhadas desde o dia que nasci. Foram viagens planejadas e desejadas nos mínimos detalhes, ou pelo menos a primeira delas. Acho que nas outras duas, eu apenas peguei o embalo dos sonhos, somando com os desejos e a certeza de que seria possível. Enfim, realizei esse sonho por 3 vezes, sendo que em uma delas, fomos a família toda. Puder ver meus filhos na Índia.

Tenho realizado coisas que nem ao menos ousava sonhar, como ver um show de Elton John. Já fui a dois shows dele, e olha que quando assisti ao primeiro, eu pensei: Já posso morrer! Chamei de Momento Orgástico! Depois disso como posso duvidar da energia que colocamos nos sonhos? Como poderia não acreditar que as coisas que desejamos são possíveis. Como não imaginar que o que sonhamos com vontade, se realiza? Um sonho alimenta outro. Como se um impulsionasse o outro. Como se pegássemos o embalo!



Além dos vôos literais, sou uma pessoa que sonha. Sempre achei que podia sonhar e me permitia sonhar o que quisesse. Acho que nunca encontrei ninguém ( que realmente importasse) pra me dizer que eu não devia sonhar, ou que os meus sonhos eram demais. Muito pelo contrário. Meus pais nos davam permissão para isso, e além da permissão, acho que eles autorizavam e alimentavam isso. Embora tenha nascido em uma família simples e sem dinheiro, minha família era ousada. Ousavam muito. Meu pai era um sindicalista que sonhava, e minha mãe era uma professora que amava o que fazia, mas era uma mulher que começou faculdade com 3 filhos pequenos e se formou recém-parida do quarto filho. Era uma mulher ousada e corajosa. Tive bons exemplos.


Nunca achei que os limites me seriam impostos de fora pra dentro. Nunca acreditei que alguém ou algo externo a mim, pudesse me dar limites. Sempre estive ciente de que apenas eu, teria esse poder. Acreditava e acredito no meu poder sobre mim. Acreditei por toda a vida no meu poder de decidir e de fazer escolhas, e tive muito pouco medo de ousar, de errar ou até mesmo de me machucar, e olha que já errei e me machuquei muito.

Sempre voei. Embora seja uma capricorniana de livro, com raízes extremamente profundas, percebo que minhas raízes me pertencem, e não ao lugar. Todo lugar que estou consigo finca-las, todo lugar que vou, consigo sentir que poderia fincá-las se assim quisesse.  

Me reconheço em qualquer lugar. Se entro em conflito com isso, medito, respiro, me questiono, confronto a mim mesma, até que me reconheça outra vez. Percebo como é fácil para mim, me reconhecer quando estou na minha terra, no Espaço Mahatma Gandhi *. Sei exatamente quem eu sou quando estou no meu consultório ou na sala de yoga; mas também não é difícil, embora seja sofrido, me reconhecer longe deles.

Tenho raízes. Tenho asas. 

Exatamente por que tenho raízes, posso ter asas. Posso ter asas cada vez mais poderosas, e que voam cada vez mais alto e distante. Posso ir, sem medo de me perder. Posso arriscar sem medo de errar. Posso me perder e errar. Simplesmente posso. Não tenho medo de estar perdida, muito menos de errar. Tenho permissão interna para me perder, pois confio que sempre me acharei de volta, assim como tenho certeza de que errarei, simplesmente por que é impossível não errar.

Tenho medo sim, e imenso, de cortar minhas asas. 
Tenho medo de impedir a mim mesma de voar, de acreditar, de sonhar, de ousar, de sentir, de rir e de chorar... tenho um medo grande de que por algum motivo que hoje não reconheço, de eu mesma cortar minhas asas, por que só eu tenho esse poder, ele me foi conferido, e a responsabilidade seria toda minha. 



A vida voa, o tempo voa...


.... a boa notícia é que nós somos o piloto desse vôo, e assumir o controle disso, é sair do lugar de vítima e assumir que faz escolhas e que não terá ninguém para responsabilizar. 

As asas são suas. 

Se quiser voe!

Quando quiser, voe!



*  www.mahatmagandhi.com.br 

5 comentários:


  1. Que lindo.... que lindo Lud...
    Eu fui ensinada a ter raízes não ter asas....ultimamente tenho ficado aficionada pelas grandes asas dos cornos negros. Como se minhas asas que estão tentando abrir fosse asas negras.... Algo metafisico... rsrsr... louco... louco... Sempre como a minha liberdade fosse algo pecaminoso... Estou desesperadamente tentando ir contra isto porque tenho a alma desesperadamente livre....!!! Obrigada pelo texto.....!

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  2. Minha " fia "você arrasa rsrsrsrsrsr.Sou sua fã e sua admiradora.Agradeço por ter me auxiliado a me empoderar.Afinal alguém inteira como você tem todas as ferramentas para auxiliar ao outro.Um beijo e obrigada pelo lindo depoimento texto.

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  3. Adorei Lud.
    Ter liberdade de fazer nossas escolhas sem medo de errar, acreditar nos nossos sonhos e seguir em frente e maravilhoso. Voar sempre !!!!! Bjs

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  4. Emocionada! Lindo demais.....em alguns trechos espacialmente me vi! Mergulhei e me senti! Grata pela indicação do post!🙏🏻❤️

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Sempre leio todos os comentários e gosto muito de recebê-los!