sábado, 28 de novembro de 2009

Um recado aos que leem esse blog..


Ainda fico muito impressionada quando leio algum comentário que alguém fez aqui no blog. Não tenho nenhuma dimensão do alcance dele. Sempre penso que ninguém vai ler...ainda não me acostumei muito com o fato de que o que escrevo pode ser acessado por pessoas de qualquer parte do mundo e que nunca me viram. Sei, por exemplo, que minha mãe lê o meu blog, sei que Uli, minha querida Uli lá em SP lê o meu blog, e essas duas nunca comentam nada...por isso meu espanto feliz quando leio algum comentário...parece que alguém, além dessas queridas, leu!


Outro dia, Judson estava no supermercado, e foi abordado por uma pessoa que lhe perguntou se ele era Judson, marido de Ludmila. Ele confirmou. Ela disse que o conhecia através do meu blog e que acompanhava a nossa história e nos desejou tudo de bom! Achei isso incrível!


As pessoas me alertam sobre os perigos da exposição, ou de serem vítimas de alguma coisa ruim. Posso até entender, mas isso nunca me aconteceu. Pessoas já discordaram de mim nos comentários. Uma vez que falei sobre minha Religião, uma pessoa chegou a dizer que não entendia como alguém inteligente como eu, podia escrever aquilo, mas achei tudo muito normal. Não espero unanimidade, aliás, confesso que nunca espero nada, nem que alguém o leia! Por isso o meu enorme encantamento quando percebo que alguém leu o que escrevi.

Meu funcionamento era mais ou menos assim: quando um post tem 4 contários, penso que quatro pessoas leram, se não tem nenhum...ninguém leu! Descobri que a matemática não é essa. Muitas pessoas devem ler sem comentar, assim como minha mãe e Uli.


Esse blog tem sido pra mim um querido companheiro...um momento de meditação...um espaço sagrado e querido. Sempre acreditei que não devo reservar o melhor, que tenho que compartilhá-lo. Nunca consegui entender quando as pessoas me falavam que eu não devia falar ou mostrar tanto aquilo que eu tinha de bom ou até de frágil. Alegavam que as pessoas poderiam usar contra mim. Não entendo isso. Não sou assim. Acredito no Poder da Verdade e do Amor. Acho no fundo do meu coração que a verdade sempre prevalecerá , que a verdade funciona e é viável.

Outra coisa legal, foi que descobri que nunca me preocupei em me explicar pra ninguém. Meus pais nunca foram de exigir explicações para os meus atos, eu também nunca as dei. Desde muito cedo entendi que minhas escolhas trariam consequencias para a minha vida e sempre senti e assumi essa responsabilidade, então não sou de esperar aprovação, nem de me abater com desaprovação. Entendi que meus amigos sempre colocarão fé em mim, e que não preciso me preocupar com aqueles que ainda não são meus amigos, talvez um dia eles venham a ser, talvez não.


Bom...estou escrevendo sobre isso pra dizer primeiramente, que amo escrever...e que adoro pensar que esse é um lugar de liberdade, que pessoas que nunca me viram podem falar comigo, que pessoas podem ler e concordar ou discordar, que o que escrevi pode ser relevante ou não. Quero dizer também que adoro quando leio um comentário, parece que alguém se tornou visível pra mim naquele momento.


Estou escrevendo isso também, para dizer aos leitores invisíveis que eu já consigo imaginar que voces existem e que sou muito grata por me acompanharem silenciosamente. Acho que se eu conseguir apurar minha sensibilidade, talvez possa conseguir sentir a energia que voces me passam. Talvez eu já sinta essa energia e só não sabia ainda de onde vinha.


Sou grata e muito contente por voces me acompanharam e por alguns serem até seguidores!
Muito obrigado!

Namastê

Ludmila Rohr

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ninguém é insubstituível. Como assim????

Tenho vivido momentos bem delicados....muitas despedidas que me emocionam muito, e que são muito dificeis.
Encerrar processos terapeuticos dos clientes no consultório tem sido especialmente dolorosos, sinto as lágrimas molharem meus olhos em muitos momentos em que os ouço falar desse "abandono".
Muitos alunos de yoga estão comigo por tanto tempo que nem sei mais, tenho imenso carinho por eles e tenho ouvido alguns depoimentos de pessoas que me agradecem por coisas que nem eu mesma sabia que as tinha feito.

Percebo a minha importancia na vida de muitas pessoas e posso assumir que isso foi intencional. Sempre quis ter importancia, e vou explicar bem isso pra que não pareça outra coisa qualquer.

Sempre dei muita importancia às pessoas que me procuravam como terapeuta ou como professora de yoga, elas entravam na minha vida e eu reconhecia a importancia de cada uma delas... achava incrível alguém querer fazer uma aula comigo, sentia que elas estavam me dando um presente e era muito grata, pensava que isso era algo muito incrível! Poxa...ela tá fazendo aula comigo!! Sai de casa, do trabalho...pega engarrafamentos e vem fazer uma aula ou uma sessão comigo!?!
Usei o verbo no passado, mas ainda sinto isso! Sinto uma felicidade em pensar que cada uma das pessoas que saem das suas casas pra receber algo que acreditam que eu tenha a dar e que me ajudaram a descobrir que eu realmente tinha muito para dar!!!

Me comovo com os clientes e sou grata a cada uma dessas pessoas que compartilharam comigo dores e histórias que estavam guardadas nas suas almas em algum lugar bem protegido...pessoas que choraram comigo, que abriram o coração, que abriram gavetas bem escondidas com lembranças fechadas a 7 chaves, que acreditarem e si mesmas e na companhia que eu oferecia nessa jornada de apropriação de si mesmas e de descoberta dos seus poderes e fragilidades, de descoberta das suas feridas e da sua humanidade.

Então, não está sendo fácil pra mim, sei que também não esteja sendo para eles, mas certamente não está sendo nada fácil para mim!

Essa semana em papo filosófico com Albertinho, aluno antigo e muito amado, sobre a frase tão popular que diz que Ninguém é insubstituível, chegamos a conclusão de que ela é um grande engano, é uma grande mentira. Não somos substituíveis! Ninguém é! Talvez suas funções sejam, mas as pessoas são únicas e insubstituíveis!

Acho que ele quis dizer que o que eu havia representado para ele nesses anos, não será substituido por ninguém. Essa é uma relação única e intransferível. Concordo com ele. Sei que me dediquei muito a minha vida e a tudo que fiz, isso não poderá ser substituido por ninguém, mas a tendencia é que fique na história, que a cada dia que passe, comece a ficar cada vez mais na lembrança...e é assim mesmo, é assim que tem que ser! O triste seria não permitir que isso aconteça e não conseguir viver o momento seguinte...as pessoas que virão....as novas experiencias, por que se está apegado por demais a uma expriencia boa mas que pertence ao passado.

Quero dizer a Albertinho, meu aluno querido, que ele é insubstituível na minha vida! Que o lugar dele, assim como de todos que um dia entraram no meu coração não será substituído por ninguém, pois não preciso fazer isso, porque descobri muito tempo atrás, que meu coração só cresce, que tem espaço para amar muito e amar muitas pessoas. Descobri que não preciso substituí-las, que posso apenas expandir o espaço da minha alma e ceder para o novo, para quem chegar, sem precisar abrir mão de nenhum amor, mesmo que eles façam parte da história, mas certamente será uma história de muito amor!

Namastê!

Ludmila Rohr






quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mudando para os EUA!


Passei 10 dias em Houston, grande cidade do Texas nos EUA. É pra lá que estou mudando com toda a família em dezembro. Fui encontrar Judson que já está lá. Fui escolher casa, móveis e tudo mais. Nossa vida em breve terá esse novo cenário.


Judson foi transferido para um projeto dentro da própria compania que ele trabalha, que está sendo detalhado em Houston, e lá é seu endereço agora.


Nunca pensei em morar fora do Brasil, ou mesmo em outro lugar que não Salvador. Adoro minha casa, adoro meu trabalho, adoro minha vida. Adoro acordar e dirigir olhando o mar, moro em frente a praia, nunca vou nela, isso é fato, mas adoro ver o mar...sentir seu cheiro.


Olho toda essa mudança por vários prismas. Tento perceber o que deixo aqui...o que perco, e o que encontrarei lá. É preciso fazer um exercício de desapego nesse momento. Tem sido fácil me desapegar de muitas coisas, mas de outras, não.
Tenho sofrido muito em deixar meus clientes e alunos. Isso tem sido o mais difícil pra mim. Ver a expressão de cada um deles que de alguma forma sentem que estão sendo abandonados, isso é duro pra mim. Normalmente choro quando penso nisso. Alguns não conseguem acreditar nisso, outros não conseguem conversar sobre isso. É uma separação que ninguém imaginou, e que tem sido dificil para os dois lados.


Tem os meus pais. Eles são queridos, e acho que sentirão muito a falta dos netos. Eles têm três netos, e dois estarão indo pra longe. Tem os meus funcionários, que são verdadeiros amigos, pessoas que trabalham comigo há muito tempo, e que me são muito fiés. Sentirei muita falta deles.


Amigos queridos ficarão aqui...mas não sou apegada a nenhum deles. Tenho vínculos tão fortes com alguns que sinto que nada mudará com esse afastamento. Tenho uma segurança interna grande, acho que realmente posso me afastar e voltar...e retomar minha vida aqui na hora que eu quiser ou assim for preciso.


Então eu começo a olhar pre frente!...e penso que essa é uma excelente mudança! Experimentaremos enquanto família algo muito legal. Morar em outro país, juntos. Meus filhos já moraram lá por um ano cada um, mas juntos, nós quatro!? Será muito bom! Poder estudar alguma coisa legal. Poder ir a shows, fazer viagens, assistir jogos da NBA (rsss, vi um e amei!), organizar nossas vidas, contar um com o outro...desbravar...enfrentar as dificuldades...sei lá!


Encontrei minha casa americana, ela é linda....é agradável e aconchegante. Moraremos em um lugar muito legal, perto do centro de Houston que é uma cidade grande e rica. Ela tem muitos museus, muitas coisas pra estudar...universidades, e claro muita coisa pra comprar! Acho que teremos uma vida de qualidade material muito boa.


Estamos animados e confiantes de que podemos fazer dessa experiencia algo emocional e espiritualmente rico! Estamos confiantes de que esse tempo fisicamente distantes daqui nos ajudará a crescer como pessoas. Não sabemos ainda como será, e nem poderíamos, mas temos sentido muita excitação com isso.


Farei 46 anos em dezembro, pela númerologia estarei em 2010 entrando em um ano 1, ou seja, estou saindo de um ano 9, fechando um ciclo. Bom momento para mudanças e recomeços. Depois de tudo que vivemos nesses dois últimos anos na luta contra o câncer, acho que essa sensação de recomeço, nos dá uma força enorme para seguir com o que vier a nossa frente!


A vida é surpreendente e definitivamente temos que nos colocar abertos para o que vier.


Sempre peço que a vida seja inteira pra mim, que ela venha e que eu possa estar inteira em cada experiencia!


Assim seja!


Namastê!


Ludmila